Acidentes com aves em aeroportos, conhecidos como “bird strikes,” são mais comuns do que se imagina e podem causar atrasos significativos ou até representar sérios riscos à segurança dos voos. Um incidente recente no Aeroporto de Neuquén exemplifica isso: um voo sofreu atrasos após uma ave colidir com a aeronave durante a decolagem, obrigando a interrupção da operação para uma verificação de segurança.
Esses tipos de acidentes geralmente ocorrem nas fases mais críticas do voo, como decolagem ou aterrissagem, e 90% dos bird strikes acontecem nas proximidades dos aeroportos. Para mitigar esses riscos, muitos aeroportos ao redor do mundo aplicam medidas de controle de aves, como pirotecnia ou patrulhas. No entanto, no Aeroporto Chapelco Aviador Carlos Campos, em San Martín de los Andes, a abordagem é diferente e muito mais natural.
Em Chapelco, o controle de aves é realizado com o uso de aves de rapina, como falcões e gaviões, treinadas para espantar outras espécies que possam representar uma ameaça aos aviões. Esse método tem se mostrado altamente eficaz, pois essas aves poderosas, sob a direção do experiente falcoeiro François de Grossouvre, patrulham a pista e áreas adjacentes, garantindo que outras aves, como papagaios e bandurrias, não se aproximem das áreas operacionais.
O uso dessas aves treinadas, que se adaptaram perfeitamente ao ecossistema local, garante uma intervenção precisa e rápida. Além disso, essa prática está alinhada com uma abordagem sustentável e amigável ao meio ambiente, evitando o uso de métodos mais invasivos ou prejudiciais à fauna local. Esse sistema de controle de aves também foi implementado com sucesso em outros aeroportos internacionais, comprovando sua eficácia na redução de bird strikes.
Em resumo, enquanto os incidentes com aves podem gerar desafios significativos para a aviação, Chapelco encontrou uma solução inovadora que combina tecnologia e natureza, garantindo a segurança dos voos e protegendo o equilíbrio ecológico da região.